Você sabia que o Brasil ocupa o primeiro lugar, com mais pessoas que sofrem de ansiedade no mundo inteiro?
Estamos sempre produzindo, precisando dar conta de muitas tarefas em um período muito curto, muitas vezes só paramos para dormir, aí alguém pergunta se tu está bem e tu diz que sim, mas está com queda de cabelo, alterações de sono, apetite, peso, intestinal e irritações na pele. Mas está bem. A mente está comunicando através do corpo o que está acontecendo. Será que tu está te ouvindo? Não somos máquinas, mas deixamos alguém dizer que somos e acreditamos, por isso não conseguimos ouvir os apelos da mente nem do corpo, só o que ouvimos é “só mais uma horinha de trabalho, preciso entregar isso até amanhã, ainda não terminei minha lista de tarefas para hoje”. “De repente”, estamos com dor de cabeça quase todos os dias, tomando medicação para dormir, se sentindo irritados e ansiosos, quase que o tempo todo, sabe aquela sensação de alerta, que o coração dá uma acelerada, mas sem razão? Essa que estou falando.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupa o primeiro lugar, com mais pessoas que sofrem de ansiedade no mundo inteiro. São aproximadamente 19 milhões de brasileiros, o que corresponde a 9% da população. As mulheres são 3x mais afetadas que os homens, em decorrência de sua vida multitarefada, precisando dar conta da casa, dos filhos e do trabalho.
A ansiedade nem sempre é ruim, muito pelo contrário, ela é natural do nosso corpo, é instintiva e necessária. É a ansiedade que nos prepara para situações novas, nos estimula, traz aquele friozinho na barriga. Mas tudo tem limite, esse é o limite tolerável para o ser humano, o limite de adrenalina que ele pode suportar com saúde mental. É uma ansiedade que dura pouco tempo e em situações bem pontuais como: entrevista de emprego, provas, apresentações e afins. Quando a ansiedade passa a ser um problema? Quando ela incapacita o sujeito e tem como consequência a perda da qualidade de vida. Essa perda de qualidade de vida é sentida de forma global pelo sujeito, interfere no sono, na alimentação e dificulta e/ou impede que ações do cotidiano possam ser realizadas. Ou seja, a ansiedade paralisa!
Há quem diga que o sofrimento é opcional, nem sempre. Como profissional da saúde mental, posso afirmar que pessoas que sofrem de ansiedade de forma intensa, mesmo com tratamento adequado ainda assim elas podem apresentar um sofrimento menos intenso e administrável. O cérebro aprende por repetição, por isso apresentamos padrões mal adaptativos, que muitas vezes, atrelados a história de vida pessoal, resultam em sofrimentos e transtornos psicológicos. Estamos sempre aprendendo e descobrindo novas maneiras de se ter mais qualidade de vida, resumindo, através de técnicas específicas e de psicoterapia estamos ensinando o nosso cérebro a ser mais feliz e produtivo.
Embora o sofrimento, algumas vezes, não seja uma opção, podemos escolher como administrá-lo e ter mais saúde mental no nosso dia a dia. Em casos incapacitantes de ansiedade recomendo ajuda profissional, em casos em que a ansiedade é persistente, mas não incapacitante, tem práticas diárias para restabelecer o equilíbrio interior. O ideal é sempre começar pelo autoconhecimento, reserve 5 minutos para pensar no que gosta de fazer, com essas informações valiosíssimas, incorpore-as no seu dia a dia. O que tranquiliza uma pessoa e a faz feliz pode não valer para outra. Pense em coisas simples que te trazem paz e relaxamento e coloque na sua grade de atividades o que te faz feliz e vai testando até encontrar sua fonte de terapia caseira. Pode ser ouvir música, pisar na grama, tomar 10 minutos de sol, fazer uma caminhada/corrida, dança, meditação, cozinhar, ler um livro, e etc. Essas são algumas ações que podem promover sua saúde mental e, consequentemente, administrar a ansiedade no país mais ansioso do planeta!